PODE O DIREITO CONTRIBUIR PARA A LITERATURA?
DOI:
https://doi.org/10.22370/rcs.2024.85.4584Palabras clave:
Direito e Literatura, interdisciplinaridade, representações literárias dos indígenas, literatura indígenaResumen
O texto tem como objetivo destacar a reciprocidade que é intrínseca à natureza interdisciplinar dos estudos em Direito e Literatura, ao demonstrar que, assim como a interlocução com as obras literárias e com a teoria da literatura propicia re-pensar o Direito, o Direito produz influxos no campo da literatura, e tais influxos também merecem ser objeto de investigação.
Para tanto, tendo como pano de fundo o papel da literatura no processo de construção imaginária da identidade nacional, são analisadas as representações do indígena brasileiro que, em distintos períodos literários – do séc. XVI à década de 1950 –, foram produzidas por escritores pertencentes a uma elite cultural eurocêntrica, e examinado o arcabouço legal que, a partir da promulgação da Constituição Federal de 1988, favoreceu a produção literária de autoria indígena.
Com tal percurso, busca-se explicitar que os avanços promovidos no ordenamento jurídico brasileiro produziram efeitos significativos na produção e na circulação da literatura propriamente indígena, bem como no reconhecimento de seu valor cultural.
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